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25/09/2014 NOVIDADES

Os mitos e verdades sobre os alimentos funcionais.

A demanda por alimentos com propriedades especiais e características diferenciadas é cada vez maior. Dados do Instituto Euromotor apontam que a comercialização deles chegará a R$ 39,2 bilhões de reais até 2014. Em 2004, foi de R$15,9 bilhões, o que revela um aumento de 82%. Chamados de “alimentos funcionais”, são, por definição, aqueles, industrializados ou não, que além de atenderem às funções básicas do organismo, possuem propriedades que os diferenciam dos demais alimentos.

No Brasil, para ser considerado funcional, o alimento deve atender a uma legislação definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele precisa ter alegações que comprovem que apresentam propriedades funcionais de alguns nutrientes. O Dr. Anderson Junger Teodoro, professor do Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio) explica ao Memória Olímpica o que levar em conta na hora de comprar – quase sempre, pagando mais – ou não um alimento dito funcional.

Porque alguns alimentos são chamados de funcionais?

Anderson Junger Teodoro: Este conceito surgiu no Japão, na década de 1980, quando o país incumbiu não só as indústrias, como também, outros setores, de produzirem alimentos que não tivessem apenas o aspecto de nutrir, mas apresentassem outras funções. O objetivo era produzir alimentos mais saudáveis. Desde então, observamos o crescimento assustador no uso desses termos e, hoje, passamos a trabalhar com o conceito de alimentos funcionais. 

Quais são os benefícios destes alimentos para os atletas?

AJT: O atleta tem uma atividade metabólica muito acentuada, que pode gerar radicais livres. Essas substâncias comprometem o desempenho e a saúde do atleta. Para combatê-las, pode-se fazer uso de antioxidantes. Por exemplo, dentre os grupos com propriedades funcionais definidas pela Anvisa, estão os carotenóides, como o licopeno, a luteína, a zeaxintina, com capacidades antioxidantes importantes. Os alimentos já possuem naturalmente essas substâncias. No caso do licopeno, todos os produtos a base de tomate e alguns produtos industrializados possuem essa substância. 

Quais as recomendações para o consumo de alimentos funcionais? Há restrições?

AJT: O ideal é que se tenha o acompanhamento nutricional de um profissional. Principalmente no caso de pacientes com doenças crônicas. No caso dos atletas, há uma situação metabólica específica e a introdução dessas substâncias de maneira diferenciada é necessária. Desde que consumido dentro de um planejamento normal, não há nenhuma restrição. A orientação do nutricionista é essencial. Vale ressaltar que muitos produtos são vendidos com apelo de “funcionais” e sua propriedade de alimentação funcional ainda não está regularizada na Anvisa.

Em que alimentos encontramos propriedades funcionais?

AJT: De maneira geral, todas as frutas e hortaliças contêm compostos bioativos (com propriedades funcionais). Alimentos ricos em fibras também. Mas um alimento conter fibras não significa que é funcional. Apenas se tiver um teor maior na quantidade de fibras, como um prebiótico ou um probiótico,  que cumpre a mesma função delas, eles podem ser considerados funcionais. O ômega 3, também possui essas propriedades. Ele pode ser encontrado em peixes de água profunda.

Crianças e idosos devem consumir alimentos funcionais?

AJT: Nessas faixas etárias o consumo em excesso de qualquer substância provoca riscos maiores. A criança está numa faixa etária biológica em que qualquer cuidado é importante. O idoso, de maneira geral, tem uma atividade metabólica mais baixa e talvez não tenha necessidade de uma utilização tão intensa desses compostos. Mas não há restrição.

Alimentos orgânicos possuem mais propriedades funcionais do que os demais?

AJT: De acordo com estudos já realizados, foi comprovado que o consumo de alimentos orgânicos, que são naturais, tem um teor maior dos compostos bioativos do que os alimentos convencionais. A Organização Mundial de Saúde, inclusive, recomenda o consumo desses alimentos.


Matéria publicada pelo site Esporte Essencial 

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