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25/08/2015 NOVIDADES

“Atletas de final de semana” devem redobrar cuidados com os joelhos

Para os “atletas de final de semana”, a ideia de proteção e prevenção de riscos à saúde pode não ser tão verdadeira. Nesses casos, a atividade esportiva realizada sem o devido preparo, aumenta a possibilidade de lesões musculares e articulares.

A prática de esportes recreacionais e de competições de forma amadora têm sido cada vez mais frequentes. A ideia de esporte como saúde amplamente divulgada também incentiva pessoas de todas as idades à realização de atividades físicas, trazendo grandes benefícios, de modo geral.
No entanto, em alguns casos, como nos chamados “atletas de final de semana”, a ideia de proteção e prevenção de riscos à saúde pode não ser tão verdadeira. Nesses casos, a atividade esportiva realizada sem o devido preparo, aumenta a possibilidade de lesões musculares e articulares. Segundo o ortopedista Ciro Veronese dos Santos, do Instituto de Vídeo-artroscopia, Ortopedia e Traumatologia (Ivot), de Londrina, no caso particularmente dos joelhos, a estabilidade articular é realizada por um conjunto de estruturas. Ligamentos, meniscos, músculos e o próprio formato das estruturas ósseas atuam de forma estática e dinâmica para manter o joelho estável a cada movimento de flexão e extensão realizado. “O trabalho harmonioso desse conjunto permite o bom funcionamento da articulação durante atividades diárias e prática de atividades esportivas. Qualquer desequilíbrio na relação alongamento/fortalecimento muscular (frequentemente encontrado nos atletas mal preparados) pode sobrecarregar determinadas estruturas, submetendo-as a cargas exageradas e propiciando lesões”, explica o médico.
Nesse contexto, o ligamento cruzado anterior é um dos mais afetados. “Sobre os principais ligamentos do joelho, podemos dizer que os ligamentos colaterais encontram-se nas regiões laterais do joelho e estabilizam movimentos que o sobrecarreguem lateralmente, para dentro ou para fora. O ligamento cruzado anterior (LCA), localizado na região central do joelho, limita o movimento anterior da tíbia em relação ao fêmur e tem importante papel na estabilidade rotacional da articulação. O ligamento cruzado posterior (LCP), também localizado na região central, limita o movimento posterior da tíbia em relação ao fêmur”, aponta.
Segundo o ortopedista, no futebol, especificamente, devido ao tipo de movimento executado, resultado das constantes mudanças de direção necessárias durante o jogo, associado ao contato físico próprio da prática, o risco de entorses e consequentes lesões ligamentares, principalmente do ligamento cruzado anterior (LCA), parece ser maior. Esportes como vôlei, basquete e tênis podem resultar em lesão do LCA em movimentos de extensão exagerada ou rotacionais no mecanismo de queda após saltos. Esportes de maior contato físico como artes marciais, rúgbi, futebol americano e acidentes automobilísticos e motociclísticos podem levar a lesões multiligamentares, onde a energia e o mecanismo do trauma têm relação diretamente proporcional à gravidade da lesão.
“A lesão de qualquer componente do joelho pode causar grande sofrimento e comprometimento à qualidade de vida de maneira expressiva. A lesão do ligamento cruzado anterior, em particular, resulta em impossibilidade de realização da atividade física habitual devido à dor e à instabilidade que ocasiona”, lembra Veronese. “Com o passar do tempo, o não tratamento leva a sintomas constantes como falseio, falta de segurança para realização de atividades da atividade diária como subir e descer escadas, levantar-se de uma cadeira ou girar o corpo sobre o joelho. A manutenção da lesão sem tratamento específico pode acarretar novas lesões e, consequentemente, sintomas adicionais”, completa.
O tratamento da lesão de LCA é cirúrgico, com necessidade de reconstrução ligamentar na grande maioria dos casos. O ortopedista afirma ainda que a fisioterapia tem papel essencial no processo de cura, por meio de protocolos de reabilitação, que seguem rígido cronograma, respeitando os diferentes passos da recuperação pós-operatória, totalizando de seis a dez meses de afastamento das atividades esportivas realizadas antes da lesão. “O tratamento conservador é de exceção, dependendo da idade e demanda do paciente, utilizando imobilizações, medicamentos e fisioterapia para fortalecimento muscular”, aponta.
Na ocorrência de traumas diretos ou entorses de joelho durante atividades esportivas ou da vida cotidiana, causando sintomas como dor ou falseios, o melhor a fazer é procurar um ortopedista para detalhada análise do caso e adequado tratamento.
Dicas para prevenção
Mantenha exercício físico frequente buscando manutenção de alongamento e fortalecimento muscular que protejam a articulação;
Busque sempre a correta realização do movimento esportivo da modalidade que pratica e evite atividades que sobrecarreguem o joelho, em intensidade ou periodicidade;
Pense bem: aquela vontade a mais de fazer um gol, uma cesta ou uma jogada mais bonita pode levar a um período de longo afastamento da atividade física que tanto gosta.
Matéria publicada no site Portal da Educação Física.

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