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11/10/2017 NOVIDADES

A atividade física em conjunto com o combate ao preconceito

Profissionais da área comentam sobre o uso da atividade física para a quebra de preconceitos com portadores de deficiências

Inclusão. Palavra que desperta olhares curiosos, muitas vezes com dúvidas. Hoje em dia falar em inclusão se tornou corriqueiro, principalmente nas redes sociais, movimentos sociais como os dos negros, gays, de mulheres e de pessoas com deficiência, mas ainda há um árduo trabalho para que o preconceito seja dizimado por completo.

A Grande Vitória conta com alguns programas sociais para incluir as pessoas com mobilidade reduzida, como o Mão na Roda, da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), que facilita o transporte coletivo de cadeirantes.

Além deste programa, locais como restaurantes, ônibus, academias e outros espaços públicos também utilizam um esquema de acessibilidade e buscam reduzir a exclusão social causada por fenômenos culturais intrínsecos na sociedade contemporânea e que provavelmente vieram do passado.

Para o Professor Associado do Departamento de Ginástica e do Programa de Pós-Graduação em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos/UFES, José Francisco Chicon, a dificuldade que o deficiente enfrenta atualmente, é, em maior parte, a do deslocamento. “Apesar dos diversos programas sociais para melhorar a mobilidade dessas pessoas, muitas vezes isso não é conquistado por dificuldade no acesso devido”, afirma.

O professor também comenta a dificuldade de algumas pessoas deficientes em encontrar um local onde se sintam assistidas e acolhidas por conta da falta de preparo das corporações, principalmente em ambientes onde geralmente frequentam para realização de atividades físicas. “Eles acabam frequentando pouco as academias, pois encontram barreiras com atitudes que professores não acolhem corretamente, por não ter um preparo. O que temos percebido é que as academias poderiam trabalhar para acolher esses deficientes, abrir espaço, divulgar a possibilidade de forma a atender essa lacuna que existe na sociedade, mas dificilmente o fazem”, completa.

Assim como o investimento no bem-estar de pessoas com deficiência vem crescendo na região da Grande Vitória, alguns estabelecimentos também adotam o meio de tornar mais fácil o dia a dia de quem porta alguma deficiência. A Academia Razões do Corpo é uma delas e está há 30 anos contribuindo com a visibilidade e a acessibilidade desses indivíduos de forma em que melhora além de sua estrutura, o treinamento de seus profissionais para que sempre estejam ao lado dos alunos que precisam de cuidados especiais.

De acordo com Luiz Claudio Locatelli Ventura, que trabalha como treinador paraolímpico desde 1990 e, no ano de 2013 conquistou como técnico da Seleção Paralímpica Brasileira o Título de Campeão Parapan-Americano de Jovens na cidade de Buenos Aires – Argentina a Razões do Corpo é um dos primeiros estabelecimentos do Espírito Santo a se preocupar com este tipo de acessibilidade.

O treinador afirma ainda que, muitas vezes, as academias protagonizam o principal ambiente para incluir as pessoas com deficiência, pois as fazem se sentir vivas e capazes como as outras pessoas que não portam nenhuma. “As academias são um grande espaço para que essas pessoas possam exercer sua cidadania, se sentirem humanas, com direitos. A academia não serve para quebrar barreiras físicas, mas também psicológicas, barreiras de preconceito. A gente tem que dar a oportunidade que o mundo muitas vezes não dá”, diz.

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