O caso mais impactante neste ano foi o do ciclista americano Lance Armstrong que assumiu ter utilizado substâncias proibidas.
Mas o que é realmente considerado doping?
Segundo o dicionário da língua portuguesa, doping é o “uso ilegal, por um atleta, de substâncias químicas que lhe aumentem o desempenho”. Já o mestre e doutor em fisiologia do exercício, Dr. Turibio Leite de Barros, afirma que os critérios para caracterizar uma substância como dopante são muitas vezes subjetivos. “De maneira geral, pode se dizer que as substâncias consideradas doping trazem um benefício artificial e de efeito farmacológico, alterando o desempenho do atleta, seja na melhora da performance, aumentando a resistência ou até mesmo inibindo a dor”, explica.
Procedimentos considerados doping
Há ainda outras técnicas que mesmo sem ser estar associado a um medicamento são consideradas doping. Dr. Turibio conta que os critérios para considerar uma substância ou procedimento como doping são subjetivos. Um exemplo é a transfusão do próprio sangue do atleta antes das provas que melhora a resistência do competidor. Esse procedimento, utilizado pelo ciclista Armstrong, é considerado doping e proibido pelas entidades esportivas.
Doping X Alto desempenho
Historicamente existem relatos que desde os jogos Olímpicos da antiguidade atletas ingeriam chás com substâncias capazes de melhorar o desempenho nas competições. Segundo Dr. Democh, durante a evolução da prática esportiva se observam, concomitante, a descoberta ou desenvolvimento de substâncias com o intuito de aumentar o rendimento. “A medida que o uso de substâncias ditas como doping se disseminou no esporte foi necessário criar mecanismos que coibissem a prática, tanto para preservar a saúde dos atletas pelo uso excessivo destes fármacos, tanto para que os atletas competirem em igualdade e preservando a ética no esporte”, ressalta o médico do esporte.
Dr. Democh acredita que as regras atuais do dopping não atrasam o desenvolvimento de novos patamares de performance. As agências de antidoping, enquanto na sua função reguladora, visam manter os princípios da prática esportiva e a saúde dos atletas que devem competir em igualdade.
Fiscalização do doping
Atualmente há uma indústria do doping voltada para melhora no rendimento dos atletas e que tem como retorno vultosos lucros quando se alcança a vitória. Em alguns casos, isso possibilita o desenvolvimento de novas substâncias que somente serão descobertas mais tarde pelas agências regulatórias. Dr. Democh afirma que investimentos contínuos e cada vez maiores devem ser feitos para que se coíba e detecte precocemente essas substâncias. “Punições mais rigorosas e papel educacional desde as categorias de base também são imprescindíveis para a eficiência no controle do antidoping”, diz.